Os nódulos tireoidianos são achados frequentes na prática médica, sendo detectados em até 68% dos adultos através de ultrassonografias. Embora a maioria desses nódulos seja inofensiva e não apresente sintomas, alguns podem provocar desconfortos devido à compressão, causar preocupações estéticas ou influenciar negativamente a função hormonal, necessitando, assim, de intervenção médica. Historicamente, a cirurgia era a principal abordagem para tratar esses casos. No entanto, a ablação por radiofrequência (RFA) emergiu como uma alternativa que não só é minimamente invasiva, mas também eficaz e segura, transformando a maneira como lidamos com nódulos tireoidianos benignos.
Compreendendo a Ablação por Radiofrequência
A RFA envolve um procedimento que utiliza energia térmica gerada por ondas de radiofrequência para provocar necrose coagulativa no tecido afetado pelo nódulo. Com a ajuda do ultrassom, uma agulha fina é inserida no nódulo, e a energia térmica é cuidadosamente aplicada, destruindo seletivamente as células anormais. Este método promove uma redução gradual no volume do nódulo, preservando o tecido saudável ao redor e mantendo a função hormonal normal da glândula.
Por que Escolher a RFA em Vez da Cirurgia Tradicional?
A RFA oferece várias vantagens importantes comparadas à tireoidectomia convencional:
– Procedimento Minimamente Invasivo: Realizada com anestesia local, a RFA não requer incisões nem internação hospitalar, resultando em menos desconforto após o procedimento e ausência de cicatrizes visíveis.
– Preservação da Função Glandular: Ao tratar unicamente o nódulo, a RFA protege o tecido tireoidiano saudável, minimizando significativamente o risco de hipotireoidismo e, consequentemente, a necessidade de reposição hormonal no futuro.
– Recuperação Rapidamente: Devido à sua natureza menos invasiva, a maioria dos pacientes consegue retomar suas atividades normais dentro de poucos dias.
– Alto Índice de Eficácia: Pesquisas indicam que a RFA pode reduzir o tamanho dos nódulos em até 80% nos primeiros seis meses, com melhorias contínuas ao longo do tempo.
Critérios e Seleção de Pacientes para RFA
A RFA é especialmente indicada para nódulos tireoidianos benignos que causam sintomas compressivos, preocupações estéticas ou problemas hormonais. Uma seleção criteriosa dos pacientes é crucial para assegurar o sucesso do tratamento. O diagnóstico de benignidade deve ser verificado através de pelo menos duas punções por agulha fina (PAAF) mostrando resultados benignos ou uma biópsia benigna, acompanhada de características ultrassonográficas compatíveis. Além disso, uma avaliação clínica cuidadosa é indispensável para identificar sintomas que possam justificar o procedimento, como sensação de pressão no pescoço, dificuldades para engolir ou respirar, ou alterações na voz.
Como é Realizado o Procedimento e Quais os Cuidados Pós-Operatórios?
A RFA é conduzida em ambientes ambulatoriais, com o paciente sob anestesia local e sedação leve. Durante o procedimento, o paciente permanece desperto, o que permite um monitoramento contínuo para detectar qualquer reação adversa. Após o tratamento, é comum sentir um leve desconforto ou inchaço no pescoço, que normalmente desaparece em poucos dias. Recomenda-se repouso moderado e acompanhamento médico regular para avaliar a diminuição do nódulo e a manutenção da função tireoidiana.
Conclusão Final
A ablação por radiofrequência desponta como uma mudança significativa no manejo de nódulos tireoidianos benignos, oferecendo uma opção segura e eficaz à abordagem cirúrgica tradicional. Com benefícios como a preservação da função tireoidiana, recuperação rápida e menor probabilidade de complicações, a RFA se firma como uma alternativa terapêutica valiosa. É essencial que os pacientes com nódulos tireoidianos consultem um especialista para uma avaliação personalizada e discussão das opções de tratamento mais adequadas à sua condição.
